Mala costumbre

Desde hace tiempo que tengo la mala costumbre de no estar atenta en las clases. La verdad es que me ponía a escribir de todo, menos apuntes de la clase: desde historias a poemas, canciones, desahogos, cartas a mis amigos, o dedicatorias. :)

quinta-feira, 24 de novembro de 2011



[Lua - 2003]
É a foto mais antiga que tenho da Lua no computador. Estava a correr e prontinha para saltar para cima de alguém...




[Lua - 2004]
Com três aninhos.



[Caro & Lua - 2004]
Ainda em 2004, eu, com 11 anos e Lua com 3.
Uff, como adorava as festas na barriga, constantemente a dar patadas para receber festas ...










[Lua - 2004] Foi sempre esse o cantinho da Lua.

[Lua e Mar - 2004]
Ter uma nova companheira não foi fácil. Acho que o mais divertido foi estar sempre a metê-la na linha. Além disso, a Mar tornou-se numa companheira e numa fiel admiradora da Lua.










[Lua - 2004] Estado de espírito Natural ...






[Lua - 2005]
Algo estranho se estava a passar...






[Mar, Caro, Lua, Leonor - 2006] Familia :D que saudades destes dias!

[Lua e Zambo - 2006]
Tenho que admitir que a Lua surpreendeu toda a gente ao receber tão bem o Zambo...












[Lua - 2007]
No seu cantinho outra vez... Era tão comum encontrá-la a dormir assim, enrroscadinha...











Eras e és uma presença constante.

Fazes parte, Lua.

Amiga


Já passou quase um mês desde que deixaste a nossa casa. Estavas tão desanimada, com os teus olhos amêndoa tão pouco brilhantes e tão tristes. Partiste o coração de todos os que chegaram a casa e a quem não cumprimentaste.

Mas foste sempre "pelo teu próprio pé", mantiveste o focinho erguido e o olhar atento, caminhaste, lentamente, sem seres realmente capaz de o fazer. Não consigo nem imaginar a força que não fizeste para controlar a dor, para apagar do olhar a agonia que sentias. Os teus olhos, sempre tão lindos e expressivos, mostravam um enorme cansaço a cada passo que dávamos e a cada inspiração que fazias.

E foi ao chegar e ao aperceber-me do que realmente se passava que chorei. Chorei ainda sem saber o desenrolar da historia, chorei por fraqueza e por medo, apesar de o meu coração me gritar que te ias safar desta, sempre o havias feito, que ainda havia vida em ti para viver. E havia, muita mesmo, nós é que não a alcançámos a tempo. E diziam-me "a Lua veio no caminho a pensar, seus cabrões, ainda tenho que fazer o caminho de volta", isto porque no teu tão altivo e orgulhoso caminhar nem te deste ao trabalho de meteres os cães vagabundos da nossa rua na ordem, como durante 11 anos o fizeste, às várias gerações que já aqui pasaram nesta rua. E ias voltar, porque eles não se iam ficar a rir. Mas lembro-me da tua altivez e sei que não perdeste uma batalha... ganhaste-a com somente o orgulho.

E agora choro outra vez, com um imenso nó na garganta, como quando o telefone tocou. Não pensei que este momento chegasse, como é possível que tu, Lua, a cadela mais tramada e sacaninha deste planeta pudesses abandonar-nos assim? Tinha que ser mentira e digo-te que é deveras assustador... porque se até tu tiveste que nos deixar, qualquer pessoa o fará e eu nunca quis encarar essa realidade. Ninguém, ser humano algum, deveria ter de enterrar os seus melhores amigos.

E continuo a chorar com um misto de tristeza e pena, com a saudade como leme e com a verdade de agora olhar lá para fora e não te ver deitada ao pé da porta, nem sequer lá em baixo, na relva, debaixo da laranjeira. Não te ouço ladrar, porque até nas noites de tempestade era o teu latir o som que sobressaía na noite e não os rugir dos trovões, esses eram opacados por ti, pela tua força, pela tua guarda. Até ao fim foste uma vencedora, uma campeã e mais que isso, foste tu, sempre tu, orgulhosa, refilona, amiga e protectora, sempre tu até ao fim. E vou ser injusta no que digo, mas nunca pensei que sentiria tantas saudades nem tanta tristeza como estou realmente a sentir. Eras parte da minha vida, afinal, partilhaste onze dos meus dezoito anos comigo, mais de metade da vida que já vivi. Ouviste-me chorar e viste-me brincar em criança, aturaste ataques de mau humor de adolescente, ouviste as musicas que tantas vezes tocam no rádio porque eu assim quero, escutaste confidencias e tenho a certeza que nunca as revelaste. Foste a barriga e a mãe para todos os que vieram cá para casa depois... a Mar que sempre te seguiu e respeitou, apesar das vezes que lhe deste um "chega para lá", os gatinhos que até mamaram em ti e se aqueceram a teu lado no Inverno.

Olhar lá para fora e não te ver, foi coisa que nunca ninguém imaginou. E deves sabê-lo, mas todos aqui choraram porque tu já não estás. Todos.

E agora, estejas onde estiveres, eu tenho a certeza que já esburacaste meio chão, já proibiste que os outros cães te roubassem a comida e já refilaste e meteste na ordem tudo o que mexia. E caminhas, com esse andar bamboleante, como se a vida te continuasse a sorrir. E os teus olhos brilham como quando eras cachorra e me atiravas ao chão. E corres se te tentam prender, porque sei que não vais permitir que o voltem a fazer.

Este excerto não é meu, mas quem quer o o tenha escrito escreveu-o de mim para ti:

"Tão simplesmente com o anúncio da tua partida, partiu-se o meu coração. Cadelinha, minha amiga, ainda que sem falar, soubeste amar-me como poucos o fizeram. Não morrerá o teu olhar nas minhas recordações, não morrerá a tua companhia a pesar do vazio do teu corpo. Compreendias muito de mim, ainda que pouco entendesses... mas assim se é amigo, em fim, tu de amor bem sabias e levas, para onde quer que vás, um toçozinho do meu peito e um punhado da minha alma.
"Eu sei que nunca entenderás isto, como eu nunca entenderei um latido, mas este é o meu "Até já", até já, Amiga!

"Voltaremos a vernos... em algum lugar onde saibam amar aos ateus e aos cães, porque os cães não vão para o céu, nem os ateus, como eu... y se te serve de consolo, aí nos veremos... e dormirás debaixo da minha cama e eu, conciliarei o meu sono."


E choro e continuo a chorar. Mas não o aprendi contigo.

Espero que saibas que estou orgulhosa de ti e que nunca ninguém vai roubar o teu lugar. Posso dizer e garantir que naquele dia de inverno há quase 11 anos, tomei das melhores decisões da minha vida: peguei na tua trela e comecei a correr ao teu lado, enquanto planeava uma forma de ficar contigo. Foi das melhores decisões da minha vida. E espero que também tenhas sido feliz, muito feliz.

Espero que saibas que todos sentimos demasiado a tua falta.

Mas por agora temos que nos contentar em nos vermos em sonhos. Por isso, até logo amiga minha.

Vou gostar sempre de ti, Lua.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Na secretária..

Hola :D 


Ainda há dias estive a dar uma arrumação à minha secretária. Sinceramente, nunca pensei que em quatro gavetas pudesse caber tanta coisa.. fotografias, revistas, lenços de papel, livros, lápis, guaches, estojos, canetas (sem tinta), molduras, capas, micas, montes montes de cadernos e montes de escritos! 


Fiquei surpresa com a quantidade de folhas de cadernos que encontrei escritas por mim :$ nem queria acreditar que muitas daquelas coisas haviam sido escritas pela minha pessoa... Esse foi um dos motivos pelos quais criei este blog (: gostava de partilhar alguns e e gostava também de partilhar algumas ideias, fotos e conhecer opiniões :B 


Voltando ao que encontrei na secretária... 


Muitas das coisas foram parar ao ecoponto azul; os motivos são simples! Há escritos que tenho vergonha que se conheçam e além disso, a maior parte deles já estava passada a computador. Guardei muitos, é certo, guardei coisas que para mim agora não fazem sentido nenhum: guardei cartas a pessoas pelas quais era capaz de colocar as mãos no fogo e que hoje me apercebo que me teria queimado em vão... Escritos para pessoas que hoje prefiro ver bem longe e das quais não penso voltar a aproximar-me... e se o fizer é apenas para matar a coscuvilhice xD Sinto nostalgia ao ler o que escrevi, a figura de palhaço que devia ter naquela altura para aquelas pessoas. O bom é que já estou livre disso. Custou-me, mas já passou, ou está a passar :) Ganhei desconfiança e aprendi que dizer o que penso pode acatar mais problemas do que benefícios. Apercebi-me, essencialmente, que enquanto não estivermos bem com a nossa consciência não somos capazes de seguir em frente e ser felizes. 


Para essas pessoas às quais estive presa e que me desiludiram, pelas quais tive discussões comigo mesma e por culpa das quais me senti realmente triste e com a esperança e a auto-estima pelos pés, um OBRIGADO e um ATÉ NUNCA MAIS! (salvo, claro, pelas cusquices... sim, porque o rancor que cá ficou gosta de saber quando há algo a frustrar-vos, essencialmente gosta de saber quando falam mal de mim). Obrigada porque me ensinaram a superar desafios, por me fazerem virar as páginas do diário e por me mostrarem quem são os verdadeiros amigos. Até nunca mais, porque espero sinceramente não ser outra vez idiota o suficiente para acreditar em qualquer palavra que saia desse orifício ao qual chamam de boca. 


Sim, estou a dar muita importância ao assunto... mas além de ser um pouco rancorosa, tenho um defeito ainda pior: demoro muito tempo a esquecer certas coisas. 


Voltando pela segunda vez à secretária, contem-me: já encontraram alguns escritos vossos que nem se lembravam que existiam? O que é que sentiram?




Espero que estejam felizes!  :D